ATA DA VIGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 17-04-2002.

 


Aos dezessete dias do mês de abril do ano dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Fortunati, Maristela Maffei, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Pedro Américo Leal, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Vigésima Terceira Sessão Ordinária, que deixou de ser votada face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Beto Moesch, 03 Pedidos de Providências e o Projeto de Lei do Legislativo n.º 085/02 (Processo n.º 1523/02); pelo Vereador Cassiá Carpes, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Ervino Besson, 01 Pedido de Providências e o Pedido de Informações n.º 110/02 (Processo n.º 1526/02); pelo Vereador Fernando Záchia, Líder da Bancada do PMDB, as Emendas n.ºs 01 e 02 ao Projeto de Lei do Legislativo n.º 297/01 (Processo n.º 4595/01); pelo Vereador Haroldo de Souza, 04 Pedidos de Providências e o Projeto de Lei do Legislativo n.º 083/02 (Processo n.º 1457/02); pelo Vereador João Antonio Dib, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador João Carlos Nedel, 15 Pedidos de Providências; pela Vereadora Sofia Cavedon, o Projeto de Lei do Legislativo n.º 082/02 (Processo n.º 1455/02). Também, foi apregoado o Memorando n.º 043/02, de autoria do Vereador José Fortunati, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, informando que o Vereador Beto Moesch representará externamente este Legislativo na Reunião Extraordinária dos Comitês de Bacia Hidrográfica do Rio Grande do Sul, a ser realizada no dia dezenove de abril do corrente, às nove horas e trinta minutos, no Município de Santa Maria - RS. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios n.ºs 217, 220, 221 e 222/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Guilherme Socias Villela, ex-Prefeito Municipal de Porto Alegre. Também, o Vereador Sebastião Melo formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando informações acerca do Relatório de Atividades da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, pertinente ao ano de dois mil e um, encaminhado a este Legislativo pelo Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre no dia quinze de abril do corrente, tendo o Vereador João Antonio Dib manifestado-se sobre o tema. Ainda, o Senhor Presidente, face Questão de Ordem e manifestação do Vereador Ervino Besson, prestou esclarecimentos acerca do artigo 152 do Regimento, que dispõe sobre as inscrições dos Senhores Vereadores no período de Pauta e informou que, em reunião realizada, hoje, entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes, ficou estabelecida a criação de uma Comissão Administrativa para analisar possíveis alterações no Regimento. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 067 e 065/02, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib, e 062/02, discutido pelos Vereadores Adeli Sell e João Carlos Nedel, o Projeto de Resolução n.º 064/02, discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol e João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Executivo n.ºs 031 e 032/02, discutidos pelos Vereadores João Carlos Nedel e João Antonio Dib, e 033/02, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Zé Valdir; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo n.º 055/02, discutido pelos Vereadores Adeli Sell e João Carlos Nedel; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 056, 061 e 068/02, este discutido pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Executivo n.º 030/02. Na ocasião, o Vereador Adeli Sell informou que cópias do Relatório de Atividades da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, pertinente ao ano de dois mil e um, seriam distribuídas amanhã aos Senhores Vereadores. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo contraditou as declarações efetuadas pelo Vereador Estilac Xavier durante o período de Comunicações da Vigésima Quarta Sessão Ordinária, no que tange à apreciação do Projeto de Lei Complementar do Executivo n.º 001/02. Ainda, informou que solicitará a instituição de Comissão Especial para analisar os projetos enviados pelo Executivo Municipal, relativos à criação de cargos públicos municipais. O Vereador Haroldo de Souza discursou a respeito de questões envolvendo o assentamento de comunidades indígenas no Estado, propondo o engajamento do Governo Estadual, juntamente com a Fundação Nacional do Índio - FUNAI, no sentido de buscar uma solução consensual sobre o tema. Também, criticou a postura adotada pelo Partido dos Trabalhadores no que se refere à retirada de famílias de baixa renda em local destinado à construção de pista de eventos na Cidade. O Vereador Raul Carrion reportou-se ao transcurso, amanhã, do Dia Nacional do Livro Infantil, lembrando que essa data marca o nascimento do escritor Monteiro Lobato e destacando a importância da obra literária de Sua Senhoria na formação cultural de crianças e adolescentes. Ainda, pronunciou-se sobre o golpe de estado ocorrido na Venezuela no dia doze de abril do corrente e aludiu à recondução do Senhor Hugo Chávez à presidência daquele País. O Vereador João Antonio Dib mencionou citação do escritor Monteiro Lobato, alusiva às políticas adotadas quanto à exploração de petróleo no Brasil. Também, procedendo à leitura de artigos da Lei Complementar Municipal n.º 133/85, que institui o Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de Porto Alegre, teceu considerações acerca das licenças maternidade, paternidade e à adotante concedidas aos funcionários públicos municipais. O Vereador Marcelo Danéris comentou as decisões exaradas pelo Poder Judiciário em razão de ações promovidas pelo Vereador Sebastião Melo, relativas a denúncias de irregularidades na atuação do Executivo Municipal. Também, discursou acerca da rejeição do Veto aposto ao Projeto de Lei do Legislativo n.º 207/01 (Processo n.º 3035/01), o qual autoriza o médico socorrista a internar, na rede privada de hospitais, o paciente em estado grave que não obtiver leito na rede pública. Na ocasião, o Vereador Sebastião Melo manifestou-se acerca do pronunciamento efetuado pelo Vereador Marcelo Danéris em Comunicação de Líder. Também, a Vereadora Maristela Maffei formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento efetuado pelo Vereador Sebastião Melo em Comunicação de Líder. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn destacou as qualidades morais, profissionais e a trajetória política do Vereador Sebastião Melo, manifestando-se favoravelmente às ações judiciais promovidas por Sua Excelência contra a Prefeitura Municipal. Também, discorrendo acerca da cedência do Plenário Otávio Rocha para eventos, criticou a sistemática de organização das reuniões do Programa de Orçamento Participativo nesta Cidade. A seguir, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador Sebastião Melo, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do teor do Requerimento verbal formulado pela Vereadora Maristela Maffei, anteriormente referido, solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento efetuado por Sua Excelência em Comunicação de Líder. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz manifestou seu apoio ao pronunciamento do Vereador Sebastião Melo, dissertando sobre o Projeto de Lei do Legislativo n.º 004/02 (Processo n.º 1127/02), que define como taxa o tributo cobrado pela prestação dos serviços de distribuição de água e captação de esgotos sanitários no Município. Também, teceu críticas à terceirização de serviços prestados pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre aos seus habitantes. Às quinze horas e quarenta e sete minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores José Fortunati, Carlos Alberto Garcia, Reginaldo Pujol e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Comunico, para a nossa alegria, a presença do nosso sempre Prefeito Guilherme Socias Villela entre nós. Seja bem-vindo, meu caro Prefeito.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 1216/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 064/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que altera a redação do caput do art. 134-A da Resolução n.º 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre).(premiações e titulações honoríficas)

 

PROC. 1257/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 062/02, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que cria o Brique do Largo Glênio Peres e dá outras providências.

 

PROC. 1270/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 065/02, de autoria do Ver. Estilac Xavier, que denomina Rua Adão Jorge Silveira Falk um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Coronel Aparício Borges.

 

PROC. 1279/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 067/02, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor José Lara.

 

PROC. 1354/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 031/02, que cria quatro Funções Gratificadas de Gerente III e onze de Assistente Técnico na Administração Centralizada, extingue dezesseis Funções Gratificadas de Chefe de Setor e dá outras providências.

 

PROC. 1355/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 032/02, que cria um Cargo em Comissão de Procurador-Geral Adjunto, uma Função Gratificada de Coordenador e quatro de Chefe de Equipe na Administração Centralizada e dá outras providências.

 

PROC. 1356/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 033/02, que extingue e cria cargos de provimento efetivo na Fundação de Assistência Social e Cidadania. (Monitor e Técnico Social)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 1211/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 055/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que institui o Dia de Conscientização da Doação de Córneas no Município de Porto Alegre.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 1221/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 056/02, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que institui o Programa de Educação Adicional para Afro-Descendentes de Baixa Renda.

 

PROC. 1229/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 061/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Eva Vargas Soares um logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema - II Etapa.

 

PROC. 1302/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 068/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Carlos Wilson Schröder um logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Moradas da Hípica.

 

PROC. 1307/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 030/02, que revoga a Lei n.º 4.789, de 13 de outubro de 1980. (UNICOM)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente, como é público, no dia 15 o Sr. Prefeito de Porto Alegre entregou a esta Casa o Relatório pertinente às atividades da Prefeitura do ano 2001 e eu, desde aquele momento - até me baseei na declaração de V. Ex.ª de que estava à disposição do público - estou tendo dificuldades. Então, quero pedir a V. Ex.ª que intervenha junto ao setor competente para que disponibilizem ao gabinete deste Vereador, pois quero analisar essa matéria com profundidade.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: V. Ex.ª é o Presidente da Comissão de Finanças.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: É verdade, este Vereador também preside a Comissão de Finanças e precisamos desse Relatório, imediatamente, na Comissão de Finanças, até porque algumas pessoas lá estiveram e eu não pude, evidentemente, fornecer esses dados à população.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Nós trataremos disso.

 

O SR. ERVINO BESSON (Questão de Ordem): Sr. Presidente, um esclarecimento, por gentileza: eu cheguei na primeira chamada em Plenário e quis inscrever-me para a Pauta e havia onze Sr.as e Srs. Vereadores inscritos e, na primeira chamada, Presidente, não deu quórum e havia a presença destes Vereadores no Plenário: este Vereador, o Ver. Beto Moesch, V. Ex.ª, o Ver, Raul Carrion, Ver. João Antonio Dib, Ver. João Carlos Nedel, o Ver. Adeli Sell e o Ver. José Valdir. Pergunto a V. Ex.ª se é válida a inscrição para Pauta quando não havia Vereadores presentes na primeira chamada e existem onze Vereadores inscritos?

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Meu caro Ver. Ervino Besson, segundo o Regimento, art. 152, as inscrições para discussão da Pauta serão intransferíveis, efetuadas pelo Vereador interessado, em livro próprio, que estará à disposição, junto à mesa, às segundas-feiras e às quartas-feiras, a partir das 13h45min e às sextas-feiras, a partir das 9h45min. O Regimento da Câmara Municipal de Vereadores é omisso quanto à presença do Sr. ou da Sr.ª Vereadora no início da Sessão. Naturalmente, como hoje pela manhã, Ver. Ervino Besson, nós acordamos, com as Lideranças desta Casa, que faremos uma Comissão Administrativa para analisar o reestudo, por proposição do Ver. João Antonio Dib, Líder da Bancada do Partido Progressista Brasileiro, para analisarmos o reestudo do Regimento. Porventura, se o nobre Vereador quiser aduzir algo ao que se encontra hoje no presente Regimento, certamente será uma bela sugestão que a Comissão acatará. Obrigado, Ver. Ervino Besson.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, sou grato a V. Ex.ª, vou aceitar a sua opinião, vai ser revisto no Regimento e vamos também estudar essa parte. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Prezado Ver. José Fortunati, Presidente desta Casa, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, não tenho idéias preconcebidas, por isso vou analisar com tranqüilidade, pensar, refletir e conversar sobre a proposição que cria o brique no Largo Glênio Peres, esse já foi um debate introduzido anteriormente aqui. Eu tenho um projeto que passou em todas as Comissões com a aprovação de todas elas e também um acordo da Prefeitura, apenas o Patrimônio Histórico Cultural ficou de dar um parecer sobre a colocação de mesas e cadeiras na parte frontal do Glênio Peres para que tenhamos um momento onde Porto Alegre vivencie o que em outros países se vivencia nesse tipo de local. Por exemplo, em Itajaí há um mercado público muito interessante, como nós temos o nosso restaurado, e tem isso sem desfigurar aquele local. Eu acho que temos que discutir o Glênio Peres. Há dias na Comissão de Economia, Finanças e Orçamento tivemos um debate salutar com os chamados camelôs legalizados da Praça XV. Eu advogo a mesma idéia do Ver. João Carlos Nedel dos shoppings populares, porque creio que o Largo Glênio Peres não é um local para camelôs, como também ele não é um local para a situação que se encontra lá hoje. Lá nós temos crianças sendo manipuladas por uma verdadeira gangue que os coloca a fazer pequenos furtos em troca de loló; nós temos inclusive prostituição infantil naquele entorno. Nós ainda temos que discutir se será no final de semana, sábado ou domingo, estou aberto à discussão. No Projeto que está sendo arquitetado pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, da revitalização do Centro, nós precisamos fazer todo esse enfrentamento. Nós fizemos a recuperação do Mercado Público e precisamos utilizá-lo mais e melhor. Inclusive, hoje, levei essa preocupação ao gabinete do Sr. Prefeito Municipal, dialoguei com o pessoal da SMIC, e pretendo continuar dialogando no dia de hoje, porque algumas coisas que acontecem no Mercado Público e no seu entorno precisam ser enfrentadas por todos nós, Vereadores, e por todos aqueles que gostam, que amam essa Cidade. Além disso, fizemos um investimento profundo na restauração do Viaduto Otávio Rocha, e ontem houve uma invasão, mas em boa hora a SMIC tomou atitudes e coibiu a tomada desse Viaduto. Aqueles que estavam anteriormente lá estão em outro espaço, e outros, que vieram de outros lugares, queriam tomar essa espaço, que é da população de Porto Alegre e do Patrimônio Histórico e Cultural da nossa Cidade. Nesse sentido, evidentemente, queremos discutir esse Projeto que ora é colocado em discussão nesta Casa.

Eu também, gostaria de comentar a proposição do Ver. Dr. Goulart que institui o Dia de Conscientização da Doação de Córneas do Município de Porto Alegre. Eu tenho simpatia por estipular datas nas quais se possam realizar atividades e eventos na Cidade. Acho que é educativo, salutar, mas sei que um único dia não resolve o problema, até porque temos que estar permanentemente em todos os espaços mostrando que a doação de órgãos é fundamental e é uma questão que garante a vida para muitas outras pessoas. Nesse sentido, a doação de córneas, de órgãos e a proposição de um dia especial para essa questão tem a minha total concordância. Nesta semana, já haverá uma atividade para prepararmos o dia municipal de apoio, divulgação e conscientização de uma grave doença, como é o caso da mucoviscidose, conhecida como fibrose cística, que será mais uma vez, lembrada no dia 25 de junho, no início do inverno. Assim também, eu darei guarida à proposição do Ver. Dr. Goulart. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na discussão preliminar, hoje, ingressam mais sete projetos, que vêm se somar a mais de uma centena, que já transitaram pela Pauta neste ano legislativo. Alguns dos quais ainda permanecem em discussão preliminar, e outros tantos que já tramitam pela Casa, recebendo o exame das respectivas Comissões e contribuindo para engordar mais ainda a nossa Ordem do Dia, que já se encontra hoje, me informa o Ver. João Antonio Dib, com oitenta projetos para serem objeto de análise. Análise essa que só ocorrerá após o exame dos três Vetos que ainda restam ser examinados por esta Casa.

Vejam, os Senhores, que entre os assuntos que hoje começam a ser discutidos, existe o Projeto de Resolução n.º 064/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que altera a redação do caput do art. 134-a da Resolução 1178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores no Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, no que diz respeito a premiações e titulações honoríficas. Vejam, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, que o artigo já tem a denominação de 134-a. Certamente, a modificação que irá ocorrer, se transformará em 134-b e aí nós vamos iniciar, Ver. Pedro Américo Leal, não mais os números, mas vamos esgotar o alfabeto em cima das modificações que estão fazendo no Regimento. Por que é que eu falo isso? Porque efetivamente, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Regimento da Casa foi objeto de alteração há cerca de um ano, através de uma Comissão da qual fizeram parte os Vereadores Pedro Américo Leal, Nereu D’Avila. Há dois anos se modificou. Daquela consolidação para cá, Ver. Pedro Américo Leal, só que eu lembro, já devem ter havido umas dez ou vinte modificações e o Ver. João Antonio Dib, Líder da Bancada de V. Ex.ª, hoje, no colégio de Líderes, fazia a proposta de constituição de uma Comissão Administrativa - foi assim estabelecido -, com o propósito de buscar uma consolidação de todas essas modificações que se buscam fazer no Regimento e que temo que, dentro em breve, uma vai contradizer a outra, porque, só em termos de constituição de novas comissões permanentes na Casa, lembro, pelo menos, de uns quatro pedidos, neste particular, sendo que alguns, entendo, absolutamente indispensáveis, numa Casa Legislativa como a nossa, na presente atualidade. Falaria, por exemplo, da Comissão de Controle e Fiscalização, que é uma exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal; falaria, por exemplo, da Comissão de Segurança Comunitária, ou segurança pública, que é uma exigência do momento que vivemos na cidade de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul; falaria numa resolução, cujo exame está sendo procedido por uma Comissão Especial, e sou relator, que trata de estabelecer uma Comissão Permanente aqui na Casa para examinar o acompanhamento dos projetos de lei, sob a ótica da visão comunitária, entenda-se como uma comissão da participação comunitária, aqui na Casa.

Então, vejam bem os Senhores que o Projeto de Resolução n.º 064/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, nos permite essa divagação, necessária, porque acredito que temos que partir, pelo menos, nessa estrutura da Casa, no que diz respeito às Comissões Permanentes, para fazer uma consolidação, para redistribuir. Hoje, temos seis Comissões. São poucas? Vamos fazer dez. Hoje, cada Comissão é constituída de cinco integrantes. Vamos reduzir para três. A Casa, por muito tempo, funcionou com as suas Comissões com apenas três integrantes, e funcionava bem. Com exceção da Comissão de Constituição e Justiça, que avoluma serviços, é possível se reduzir para três.

Então, concluindo, diria que a discussão da proposta do Ver. João Carlos Nedel nos enseja o aprofundamento dessa situação e o encaminhamento de um posicionamento definitivo e consolidador do Legislativo a respeito dessa realidade do funcionamento das Comissões Permanentes da Casa, suas finalidades, seu número e sua profundidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, quero dar um retorno ao Ver. Sebastião Melo, que é o Presidente da Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, de que amanhã estarão disponíveis, aqui, para todos os Vereadores, os exemplares do Relatório de Atividades, conforme o Prefeito já tinha anunciado, quando veio aqui. Portanto, amanhã, todos os Vereadores terão o seu exemplar nas mãos, aqui na Câmara Municipal de Vereadores.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Está feito o registro, e tão logo o Ver. Sebastião Melo retorne a este Plenário será informado.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, há, em 1ª Sessão de Pauta, um Projeto de Resolução de minha autoria que ajusta a forma de entrega de algumas premiações nesta Casa. No fim do ano passado, foi aprovada uma Resolução que reduzia algumas premiações, Ver. Pedro Américo Leal, porque a Casa não tinha mais tempo disponível para a entrega dessas premiações. Então, ocupava um tempo muito longo dos Srs. Vereadores e também o espaço físico das dependências da Câmara. Este meu Projeto prevê que, quando tiver mais de uma premiação de um Vereador, sejam entregues em apenas uma Sessão Solene, o que libera as dependências da Casa para o efetivo cumprimento das suas funções.

Eu gostaria de cumprimentar o Ver. Isaac Ainhorn que desarquiva o seu Projeto da criação do Brique do Largo Glênio Peres. Acho importante, porque precisamos de espaço para a comercialização de produtos e artesanatos que mostram a arte dos porto-alegrenses.

Também gostaria de lembrar aos Srs. Vereadores que há dois Projetos do Executivo que criam quatro Funções Gratificadas de Gerente III, onze de Assistente Técnico na Administração Centralizada, e também extingue dezesseis Funções Gratificadas de Chefe de Setor; e o outro Projeto cria um Cargo em Comissão de Procurador-Geral Adjunto, uma Função Gratificada de Coordenador e quatro de Chefe de Equipe na Administração Centralizada. São criações de cargos, aumento de quadros; isso, com relação à Lei de Responsabilidade Fiscal, nos preocupa e precisamos de uma análise mais profunda.

Gostaria de cumprimentar o ilustre Ver. Dr. Goulart, que apresenta um Projeto de Lei que institui o Dia de Conscientização da Doação de Córneas no Município de Porto Alegre. Efetivamente, é um Projeto meritório que estimula a doação de córneas. O Banco de Olhos voltou a fazer transplantes de córneas pelo SUS, mas tem dificuldade de arranjar doadores. É uma pena, há uma fila extensa precisando desse tratamento, dessa cura, e temos dificuldade em doações de córneas, Ver. Pedro Américo Leal, V. Ex.ª que é da Comissão de Saúde e que tanto se preocupa com esse assunto. É meritório, e precisamos conscientizar a população da importância da doação de córneas.

Eu gostaria, também, de citar um Projeto de minha autoria que denomina uma rua de Porto Alegre com o nome de Carlos Wilson Schröder. Carlos Wilson Schröder foi Secretário de Educação do Estado do Rio Grande do Sul, um grande atleta, um grande centroavante do Elite Futebol Clube, de Santo Ângelo, um desportista exemplar. Foi um ilustre professor de português, de quem tive a honra de ser aluno e onde obtive bons ensinamento de português. O Professor Carlos Wilson Schröder foi também Diretor da Faculdade de Direito da ULBRA, faleceu recentemente e, sem dúvida, merece uma homenagem desta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, dos oito aos oitenta, nós podemos contar tudo; oito novos projetos na Pauta e oitenta esperando para serem votados na Ordem do Dia. Alguns até desnecessários.

O Ver. Estilac Xavier está dando nome de rua, homenageando uma figura querida do bairro onde viveu a vida toda para Adão Jorge Silveira Falk. Eu já lhe sugeri que reduzisse todo nome, o nome para o qual essa pessoa em vida foi conhecido, porque para o Correio é muito difícil usar os quatro nomes. Então, teríamos problemas.

O Prefeito, na pressa de sair da Cidade, pela qual tinha responsabilidade, não esqueceu de fazer uma série de projetos de lei criando cargos, criando Secretarias... Olha que o homem fez uma atividade muito grande nos últimos momentos. Estão aí entrando projetos de autoria do Dr. Tarso Fernando. Aqui, no caso, da Secretaria Municipal da Fazenda, ele cria quinze cargos de nível elevado e extingue dezesseis do nível mais baixo e faz um ofício de quinze linhas, uma para cada cargo. O Secretário da Fazenda até falou que seria até uma maneira de reestruturar o serviço fazendeiro, não dá uma diferença muito grande, mas eu tenho até as minhas dúvidas sobre os números aqui apresentados. Mas tudo muito bem deve ser examinado.

Mas, na pressa de deixar a Cidade, de deixar de cuidar da cidade de Porto Alegre, ele também já vai mudar a Procuradoria.

Eu fui Prefeito – saí da Prefeitura há dezesseis anos – havia oito Procuradores e funcionava bem. Agora há sessenta. Aí começaram a se atrapalhar, eu acho.

Então, deve ser algum amigo aí. Um Cargo em Comissão de Procurador-Geral Adjunto, uma Função Gratificada de Coordenador e quatro Funções Gratificadas de Chefes de Equipe, são seis. Mais seis figuras acrescidas lá. Eu tinha oito, e ele tem sessenta; daqui a pouco, ele vai chegar aos oitenta. Parece que a Cidade, em dezesseis anos, não cresceu tanto.

Mas, antes de sair, aí, sim, ele fez uma extensa exposição de motivos para fazer uma alteração na FASC. E eu, em homenagem ao Ver. Haroldo de Souza, vou ler duas frases das dez páginas, quase, que há aqui da exposição de motivos. O Ver. Haroldo de Souza entrou aqui apaixonado por um problema e ouviu, no dia da posse do Prefeito, que fugiu, o que ele ia resolver e não resolveu, Vereador. Então, eu vou ler, em sua homenagem, o que ele disse na hora de sair: (Lê.) “A FASC, através da rede especializada, desenvolve um conjunto de ações voltadas ao atendimento e enfrentamento de situações de vulnerabilidade social, em especial de crianças, adolescentes e adultos de rua”. Em homenagem a V. Ex.ª, leio mais uma frase também: (Lê.) “O Projeto denominado Educação Social de Rua busca construir a saída da rua de crianças e adolescentes em situação de risco, inserindo-os na rede municipal de atendimento a crianças e adolescentes, visando à garantia de direitos e à inclusão social”.

Eu acho que ele saiu da Prefeitura homenageando V. Ex.ª, Ver. Haroldo de Souza, porque, no dia da sua posse - na realidade, ele não tomou posse, ele só jurou –, naquele dia, ele disse que ia cuidar das crianças, satisfazendo aos anseios de V. Ex.ª com as crianças da nossa Cidade. Então, quando ele saiu, fez aqui uma alteração nos quadros da FASC, sem ônus nenhum para a Prefeitura, apenas ele troca funções de Assistente Social, Monitor, faz uma série de trocas. Ele extingue vinte e cinco cargos de Auxiliar Técnico e trinta e cinco de Técnico em Educação e cria vinte e cinco cargos de Monitor - que foi uma das coisas que nós fizemos - e trinta e cinco de Técnico social, sem ônus para a Prefeitura, mas também sem solução para aquele problema que tanto aflige V. Ex.ª, Ver. Haroldo de Souza. Saúde e paz.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir a Pauta. Parabéns, Vereador, pelo seu retorno a esta Casa.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vim a esta tribuna para discutir o Projeto de Lei do Executivo n.º 033/02, que extingue cargos de provimento efetivo na Fundação de Assistência Social e Cidadania, a FASC, e cria os cargos de Monitor e Técnico Social.

Eu tive a satisfação de, em 1993, dirigir a atual FASC, na época, FESC, quando nós tivemos toda uma discussão, todo um debate que, inclusive, passou por esta Casa no ano seguinte, de reformulação daquela instituição, para que aquela instituição passasse a ter também uma missão institucional de instituir a assistência social, de ser o órgão comandante da assistência social em Porto Alegre. Essa discussão coincidiu também com o grande debate nacional em que se reformularam todos os conceitos que se tinha a respeito da assistência social, colocando a assistência social não mais como um favor, mas como uma política pública que tinha de ter um órgão responsável, que tinha de ter orçamento próprio e controle popular. Coube a nós, naquela época, dar os primeiros passos para fazer da então FESC uma Fundação de Assistência Social. O grande mérito dessa discussão é ter levantado também que a assistência social tinha de ser tratada como uma atividade que exige qualificação técnica, uma atividade que exige profissionais altamente capacitados, psicólogos, professores de Educação Física, monitores, enfim, toda uma equipe de profissionais para atender essa população que é marginalizada, população essa que tem seqüelas profundas, principalmente a população de rua, que exige um tratamento especializado. Esse Projeto que o Governo está encaminhando a esta Casa visa a qualificar a Fundação para que ela possa responder e atender com mais qualidade esse público difícil de ser trabalhado. É um projeto que não cria cargos, porque só faz um reordenamento; ele extingue vinte e cinco cargos de Auxiliar Técnico e trinta e cinco cargos de Técnico Social, criando outros vinte e cinco cargos de Monitor e outros trinta e cinco de Técnico Social, exatamente para dar prosseguimento a esse esforço, para transformar, cada vez mais, a Fundação num órgão apropriado, qualificado, capacitado tecnicamente para atender esse público da assistência social. Sabemos que a demanda nessa área, a cada dia, aumenta mais, e isso não ocorre só no Brasil, não, ocorre só em Porto Alegre, mas no mundo inteiro, porque, independente do que pensemos, independente do nosso posicionamento ideológico, todos temos de reconhecer que está havendo um aumento da exclusão social e da miséria no mundo inteiro. O economista Maltus dizia que a natalidade aumentou de forma desproporcional em relação à criação de riquezas e fontes de alimentos. Não é nada disso! Hoje há um problema sério no sentido de que a humanidade tem de canalizar as tecnologias, tem de canalizar as descobertas, a capacidade inegável que o homem tem de produzir cada vez mais, com mais rapidez – e ele canaliza tudo isso para a acumulação -, para destinar ao ser humano ou para favorecê-lo. Na raiz disso está o questionamento ao próprio desenvolvimento tecnológico. Até quando vamos colocar o desenvolvimento tecnológico a serviço do lucro, a serviço da acumulação e não a serviço do ser humano? Isso está determinando, no mundo inteiro, o aumento da exclusão social, e é por isso que órgãos que tratam da assistência social cada vez são mais demandados e precisam de mais condições, de mais recursos para atenderem a essa crescente demanda. Esse Projeto da FASC visa qualificar esse serviço para atender melhor esse público e, ao mesmo tempo, continuar o processo de reordenamento dentro da Fundação. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Encerrado o período de discussão preliminar de Pauta.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu tenho ouvido e assistido com muita tristeza desta tribuna à tentativa de desqualificação do debate político. O Líder do Governo renunciante, na segunda-feira, foi extremamente deselegante aqui nesta tribuna com este Vereador, a quem chamou de irresponsável, leviano e manipulador. Pois eu quero responder ao Líder do Governo - governo que fugiu da Cidade, governo que usou a máquina pública para viabilizar a candidatura a Governador, o Prefeito governou por decreto, igualzinho ao Fernando Henrique Cardoso, governo que não cobra imposto dos banqueiros, porque governa de mãos dadas com os banqueiros -, quero responder ao Ver. Estilac Xavier que ele deve ser dessa escola da manipulação e, por isso, fala muito bem disso. Ele deve ser da escola da leviandade e, por isso, ele fala muito bem disso! Eu não posso admitir, Ver. Isaac Ainhorn, que esta Casa, tendo passado pelo processo por que passou, no que se refere ao debate da Lei da Previdência, que estabeleceu um contrato de que essa outra Lei seria fruto de debate com a sociedade, especialmente com os servidores, não posso admitir ter essa matéria chegado a esta Casa sem debate com os servidores, extinguindo quarenta e sete artigos do Estatuto dos Funcionários Públicos. Isso é um absurdo, isso é retirar direitos dos trabalhadores; mais do que isso, eles querem botar a mão no dinheiro da Previdência para fazer o que quiserem; mais do que isso, querem criar um “trenzinho de alegria” com cento e quatro cargos. Mas eu não vou parar por aí não. O Secretário José Eduardo Utzig confessa, neste amplo documento aqui, que a máquina está falida - quem está dizendo é ele, não sou eu -, pois agora ele vai fazer uma reforma administrativa branca sem discutir com a Casa, sem colocar tudo às claras. Eu fiz um levantamento, Ver. Estilac Xavier, está aqui: são mais de mil e trezentos cargos que os senhores querem criar. E sabem o que eu vou fazer? Vou pedir uma Comissão Especial para reunir todos esses Projetos, e o Plenário é que vai decidir, as Comissões é que vão decidir, porque eles não vão querer “comer o mingau pela beirada quente, pela beirada.” “Eu aprovo quinze CCs ali, quatorze CCs acolá, mais FGs ali.” Vou dar um exemplo: o DMAE aumentou em 30% a água, está extinguindo cento e trinta cargos de cento e setenta operários, está criando vinte e um cargos de Engenheiro, e reenquadrando noventa e cinco, mudando de nível. Quero dizer que as coisas têm que ser tratadas de forma diferente, porque as coisas desiguais não podem ser tratadas iguais. É a questão do Hospital Presidente Vargas, em que é o maior número de cargos. Mas isso não impede que nós tenhamos que discutir primeiro qual vai ser o ente jurídico que vai abrigar esses funcionários. Eles mandam para cá projeto seiscentos cargos, mas não dizem se vai ser fundação, se vai ser autarquia, se vai ser administração direta. Isso não é sério, este Governo não é sério, este Governo publica aqui que está gastando 63 - quem está dizendo é o Diário Oficial - já com pessoal. Por isso eu quero dizer que de leviandade, de manipulação, entende muito bem o Ver. Estilac Xavier; ele é professor, tem cátedra nessa matéria; o que o seu Governo tem feito é manipular a opinião pública: bota no Orçamento, não executa o Orçamento, desvia dinheiro para publicidade, não cobra dos banqueiros, e fica por isso mesmo. Não, vamos devagar, o debate político qualifica, Ver. Estilac Xavier, nós temos que enfrentar o debate político, não desqualificá-lo como V. Ex.ª quer fazer. V. Ex.ª quer desqualificar o debate porque V. Ex.ª não tem argumento para sustentar esse “trem da alegria”. São mil e trezentos cargos, Ver. João Antonio Dib, mil e quatrocentos cargos, e não há previsão orçamentária e não há previsão na LDO. A Câmara, no ano passado, não pôde criar um cargo de forma responsável. Por isso, eu quero, mais uma vez, afirmar que sou do campo das idéias, às quais respeito e as enfrento, mas, por favor, não rebaixem o debate. O que estou fazendo nesta Casa é o que o povo me delegou. Eu sou oposição 100% a favor da Cidade, e há muitas mazelas neste Governo: no lixo, na questão dos bancos e há outras mazelas. E o povo diz para nós fazermos isto que estamos fazendo, e nós vamos continuar fazendo e queremos enfrentar este debate. Por isso, vou propor reunir todos esses projetos em uma Comissão Especial. E aí o Governo, que vem explicar à sociedade, que vem explicar à Câmara, não vai querer explicar um por um não, vai ter de explicar tudo, no coletivo, e junto, porque isso é uma reforma administrativa, e o Governo tem de encarar e tem de dizer para a sociedade o que ele quer fazer. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Vereadores e Vereadoras, eu não sei se isto é de alçada federal ou estadual, e não me interessa especificar e perder tempo com discursos críticos ao Governo Federal e ao Governo Estadual, porque ambos têm culpa, mas a história que está acontecendo aqui em nosso Estado, dos índios brigando, não pode ser um problema sem solução. Os agricultores não querem entregar as terras, porque nada receberam da indenização prometida e nem as novas terras na qual eles possam tirar o sustento do chão para a manutenção das suas famílias. Segundo, os índios querem as terras prometidas, terras que são deles há mais de 500 anos, e não recebem nem um pouquinho dessas terras. Essa imensidão de terra chamada Rio Grande do Sul e Brasil, terras que são deles por herança, e eu não sei direito de quem eles receberam essa herança, só sei que nós roubamos as suas terras. A terra é do índio, vamos negociar, mas a terra é deles. Terceiro, a Justiça manda retirar os índios que vão importunar os agricultores, baixando ao nível do homem branco que gosta de uma tramóia e de enganar os outros com brigas, também apelam para a violência e vira uma mixórdia só. Quão pequenos somos nós homens brancos, frios e cínicos, a respeito da terra dos índios, nós roubamos e ainda castigamos o roubado. Que horror. O que poderia ser feito? Bem, às vezes, nós, políticos, sentamos ao redor de uma mesa, durante duas, três, quatro horas, conversamos, papeamos, chegamos a alguns finalmente e vamos tocando o barco. Mas tudo muito devagar, quase parado. Aí eu penso, porque o Governador do Estado, o Sr. Olívio Dutra, não marca uma reunião com o responsável pela Reforma Agrária no Estado, convida o chefe indígena, a FUNAI para testemunhar e sugerir, depois de uma hora de reunião, pede um cafezinho e uma água, respiram todos, uma hora depois já sabendo quais terras foram separadas para os agricultores, mandam o caixa arrumar o dinheiro da indenização, se for muito, pega o que está aplicado e pede emprestado o resto e paga com o dinheiro arrecadado dos pardais e que tais, solicita à Brigada ajuda na mudança dos agricultores, tudo em ritmo de festa, alegria e entrega solenemente para o chefe indígena os documentos da terra deles, daí faz uma pausa e pede um lanche. Ato seguinte, chama a imprensa e comunica o fim do desentendimento entre agricultores, índios e governo. Não existem as terras prometidas há tantos anos? A terra não é dos índios, os agricultores não tem razão? Então errado é o Governo. O Estadual e o Federal. Por que o Estado não faz a parte dele? Ah! não é tão simples assim, que bando de incompetentes somos nós políticos, credo. Quanto ao episódio que envolveu o Ver. Raul Carrion lá na Região onde será construída a pista de eventos, uma posição engraçada dos petistas. Quando o MST invade, destrói, agride, para os petistas, isso se chama ocupação. E por ocupação o episódio é tratado pelo Governo acarinhando os sem-terras, tratando-os a pão de ló, e total proteção de uma possível ação da Brigada Militar que foi criada exatamente para manter a ordem. Agora que os sem tetos estão na área, ou estavam na área da pista de eventos, o PT trata como invasão e trata o assunto com a rigidez que se exige sempre da nossa querida Brigada Militar. Colírio nos olhos dos sem terra, pimenta nos olhos dos sem teto. E para encerrar, anteontem aqui na Câmara eu fiquei triste com o posicionamento petista mais uma vez, para realizar reunião do Orçamento Participativo, sacrificaram o veto do Prefeito, do fujão, Tarso Genro, ou seja, colocaram acima dos interesses de um Parlamento e de uma decisão do Prefeito uma simples reunião do Orçamento Participativo, ou seja, o PT negociou voto. Esta prática petista está-se tornando corriqueira. Tarso Genro colocou o seu Partido acima da entidade chamada Prefeitura Municipal. Logo, o episódio de anteontem, a quase invasão de membros do Orçamento Participativo, na reunião plenária desta Casa, é coisa secundária, mas me deixa triste e preocupado com o futuro deste Estado diante do modo arrogante e autoritário como se conduz o Partido que está no Governo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Sr. Presidente, Ver. Carlos Alberto Garcia, demais Vereadores, Vereadoras, eu queria, no dia de hoje, fazer uso da palavra para dizer que amanhã, 18 de abril, é o Dia Nacional do Livro Infantil, que visa a homenagear a figura, o nascimento deste grande escritor brasileiro, Monteiro Lobato, conhecido por uma extensa obra literária, uma obra infantil conhecida como O Sítio do Pica-Pau Amarelo. Monteiro Lobato nasceu em 18 de abril de 1882. É desnecessário nós falarmos da importância do livro na sociedade humana; e se temos consciência dessa importância, não podemos desconhecer o papel, no mundo dos homens, da literatura infantil, muitas vezes desprezada ou considerada como secundária. Porque ali está sendo, através dessa literatura, formado o cidadão de amanhã e formado o leitor de amanhã. Uma juventude que não tem, vamos dizer, a tradição da leitura, não formará uma sociedade onde o livro, a leitura jogue qualquer papel. Mas assim como é exemplar a obra literária de Monteiro Lobato, que é homenageado no dia de amanhã, com o Dia Nacional do Livro Infantil, também é exemplar a vida do cidadão Monteiro Lobato. Em 1935 Monteiro Lobato foi o pioneiro a levantar neste País a bandeira do petróleo brasileiro e a exploração do petróleo brasileiro. Pseudocientistas, inclusive norte-americanos que aqui vieram, diziam que vinham para ver da possibilidade de existir petróleo ou não, Ver. Dr. Goulart, que não havia petróleo no Brasil. E Monteiro Lobato baseado em pequenas descobertas na Bahia começou a levantar uma caminhada neste País em defesa do petróleo nacional.

O seu livro O Escândalo do Petróleo, onde denunciou as manipulações dos grandes trustes internacionais que procuravam impedir qualquer pesquisa à exploração do petróleo no Brasil, esgotou inúmeras edições, até ser proibido em 1936.

Em 1940, numa tentativa de cooptá-lo, o Governo Vargas ofereceu-lhe o Ministério da Propaganda. Monteiro Lobato não só negou, mas fez severas críticas à política brasileira dos minérios.

A partir disso, ele é preso pelo Estado Novo, ficando encarcerado até junho de 1941 por essa grande defesa do petróleo nacional.

Por tudo isso, nós nos solidarizamos com esta data e com esse grande personagem e, inclusive, saudando a Câmara Rio-Grandense do Livro, que neste ano instituiu a Semana do Livro, que começa no dia de amanhã, encerrando-se no dia 24, tendo uma série de atividades, entre elas o Troféu Amigo do Livro, que será entregue no Baile do Livro, no Salão de Espelhos do Clube do Comércio neste sábado, se não estou equivocado.

O segundo tema a que queríamo-nos referir, nos poucos minutos que nos restam, é o grande júbilo que nós temos pela lição de democracia que o povo da Venezuela deu à nossa América Latina e deu ao mundo ao colocar abaixo os golpistas que diretamente manipulados pelo império norte-americano haviam, no último final de semana, dado um golpe, retirando um Presidente legítimo, eleito com mais de 70% dos votos do povo venezuelano, o Presidente Hugo Chavez, que retornou nos braços do povo, mostrando que os tempos estão mudando. Se, por um lado, os militaristas e os autoritaristas retomam os caminhos dos golpes militares e do fascismo neste mundo, os povos também estão-se levantando e não aceitarão que isso volte a ocorrer, como ocorreu também no Chile de Salvador Allende, quando também, naquele momento, a democracia deixou de ter sentido para os que enchem a boca com a palavra democracia, mas são os primeiros a golpear a democracia.

Concluo, Sr. Presidente, dizendo que o Fórum da Liberdade é outra lição para nós. Quem acompanhou os debates viu que essa elite plutocrática não quer nada com a democracia e com as liberdades democráticas. A única liberdade que eles defendem é a liberdade do poder econômico, e disseram isso com todas as letras. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tem razão o Ver. Raul Carrion: Monteiro Lobato, além de um grande escritor, era um grande patriota, preocupado com o petróleo que deveria ser nosso. E numa das suas cartas que escreveu ao Presidente Getúlio Vargas - que depois foi seu algoz - dizia que o petróleo é nosso, deve ser explorado por uma empresa do Governo, que não seja igual a Loyd Nacional ou à Costeira. Ele tinha visão das coisas que aconteceriam no futuro.

Eu tenho em mãos, aqui, a Lei Complementar n.º 133/85, que é o Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de Porto Alegre. Eu vejo tanta gente falar no social, problema disso e daquilo, e gostaria de ver como é que encarávamos o problema social, pelo menos dos servidores, que é da nossa responsabilidade mais direta e, claro, também, a preocupação do social, com as habitações que nós fizemos, com a água que nós estendemos para todos os bairros, todas as coisas boas que nós fizemos sem os recursos extraordinários, que não tínhamos nem para cobrir as despesas imediatas. E nós fazíamos e não tínhamos dinheiro para aplicar no sistema financeiro. Eu vejo aqui, com tristeza, que algumas pessoas vêm aqui e dizem que a Prefeitura tem de ter dinheiro para fazer empréstimos; 130 milhões de reais aplicados no sistema financeiro, é brincadeira.

Mas, vejam aqui. (Lê o art. 152 da Lei Complementar n.º 133/85.) “Art. 152 – À funcionária gestante será concedida, mediante inspeção médica, no período pré-natal, licença de cento e vinte dias, assegurada a retribuição pecuniária”.

Não havia a Constituição Cidadã de 1988, isso aqui é de 1985.

“§ 2.º - A funcionária gestante, quando em serviço de natureza braçal, terá direito a desempenhar atribuições compatíveis com seu estado, a contar do quinto mês de gestação.

§ 3.º - Ao funcionário é concedida licença-paternidade por dez dias consecutivos ao nascimento do filho, mediante apresentação da Certidão de Nascimento.”

§ 4.º - Ocorrendo o falecimento da gestante e a sobrevivência da criança, a licença-paternidade é dilatada por mais trinta dias, deduzido destes o período de licença por luto, mediante apresentação de Certidão de Óbito.

Art. 154 - Nos casos de adoção ou legitimação adotiva de crianças até sete anos de idade, serão concedidos à funcionária adotante três meses de licença, a partir da autorização judicial de guarda e responsabilidade do adotado.

Parágrafo Único – Ao funcionário, nos casos previstos neste artigo, é estendida a licença-paternidade, nos termos em que dispõe o art. 152...”

Aí também o funcionário ganhava dez dias de licença-paternidade. Ontem, os jornais do Brasil davam em manchete: “Mãe adotiva terá salário e licença-maternidade”. Nós fizemos sem nenhuma publicidade. Mas por que nós fizemos esta Lei Complementar da forma que ela foi feita? É porque a Secretaria da Administração, à época, redigiu um documento, chamou os servidores e com eles discutiu o Estatuto dos Servidores Municipais; é porque a Administração chamou o Legislativo Municipal e com os Vereadores discutiu o Estatuto dos Funcionários Municipais antes de encaminhá-lo para a Câmara; quando ele chegou aqui tinha apenas que - com algumas modificações - ser aprovado. Mas nós não fazíamos publicidade. Nós apenas buscávamos solução para problemas que precisavam ser enfrentados, nós não fazíamos publicidade!. Eu fui por três anos Prefeito, em 1983, 1984 e 1985, já havia sido escolhida também em anos anteriores na Administração Villela, mas nós não fazíamos propaganda. Em 13 anos, a Frente Popular ganhou duas vezes o título de “Capital de Melhor Qualidade de Vida”; parece que eles ganharam treze vezes, mas foram só duas. Então, na realidade, o que eles têm muito é dinheiro; preocupa-me que venham nesta tribuna dizer que a Prefeitura tem que ter dinheiro aplicado no sistema financeiro para poder fazer empréstimos. Quem tem muito dinheiro não precisa de empréstimo.

O DMAE vai fazer uma obra lá em Belém Novo de 3 milhões e 200 mil reais. Fiquei feliz da vida, porque vai terminar com o problema das algas que infernizam os porto-alegrenses, especialmente no verão, quando tem muito sol e calor. Eles vão fazer um empréstimo na Caixa Econômica Federal. No tempo em que estavam na Prefeitura, eles não davam empréstimo ao DMAE, que, inclusive, aumentou a tarifa em 18%, três vezes a inflação do ano passado, mais o IGPM, e agora vai ter que pedir 3 milhões e 200 mil reais emprestados para melhorar a qualidade da água. Não foi o que disseram quando fizeram o decreto tomando dos porto-alegrenses 18%. O dinheiro deve estar no sistema financeiro a 1% ao mês. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Ver. Aldacir Oliboni, coordenando os trabalhos da tarde, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, público que nos acompanha pela TVCâmara, primeiro, é preciso registrar em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores que esta Bancada com apoio do Prefeito João Verle, com apoio do Secretário de Saúde, Sr. Kliemann, nosso companheiro, reconsiderou o Veto em relação ao Projeto do Ver. Dr. Goulart no mérito, já estava em processo de reconsideração sobre essa posição muito antes, inclusive, do início da sessão do Orçamento Participativo. O que esta Bancada fez, além de uma reconsideração sobre um veto, Ver. Besson, foi colocar, para as bancadas de oposição - e alguns partidos foram muito sensíveis a esta proposta -, que, se iríamos derrubar o Veto, todos votando da mesma forma, ou seja, mantendo o Projeto do Ver. Dr. Goulart, aprovando-o por unanimidade, seria desnecessário, às 19h30min continuar o processo de discussão, impedindo uma plenária do Orçamento Participativo. Essa foi a posição do Partido dos Trabalhadores, e foi uma posição de conjunto da Frente Popular. Digo isso para se ter clara a posição política e de mérito com relação ao Projeto do Ver. Goulart.

O Ver. Sebastião Melo veio a esta tribuna e, de forma muito agressiva, atacou o nosso companheiro Ver. Estilac Xavier, que trouxe para o debate, de forma muito qualificada, argumentos que contestavam os dados trazidos pelo Ver. Sebastião Melo. O Ver. Sebastião Melo deve estar nervoso, porque, desde o início do ano passado, faz uma série de denúncias - num denuncismo freqüente e contínuo - no vazio. Primeiro eram os parquímetros; muitos gritos e gestos e pouco conteúdo. Não deu em nada. Depois o prédio da Vigilância Sanitária, depois o DEMHAB, depois o DMLU, depois o Fórum Mundial Social, agora a folha de pagamento. Ou seja, é uma metralhadora giratória, num denuncismo enlouquecido que não encontra conteúdo. Vai parar a Justiça, que lhe nega, por que não tem conteúdo - chega inclusive a cometer erros na ação jurídica. Aí ele se irrita e vem aqui atacar o Vereador. É bom mostrar a ficha de denúncias do Ver. Melo. (Exibe a ficha de denúncias.) Esta é a ficha que traz uma série de denúncias. Depois cai no esquecimento, por que não tem nada. Vai para a Justiça e perde. Mas aí ele fica nervoso, Ver. Juarez Pinheiro. Talvez nervoso em ver o seu Partido abraçado com FH, não com Tarso FH, que muito nos orgulha e orgulha a Cidade de Porto Alegre, mas com FH Presidente, que tem levado este País à maior crise econômica e social. O seu Partido está lá abraçado, negociando o Vice, entregando as conquistas deste País como entregou em uma década de neoliberalismo. O PMDB sequer consegue realizar uma prévia e aqui quer criticar. Está nervoso, porque suas denúncias acabam no vazio. Como Presidente da Comissão de Orçamento, tem feito mandato único! Não respeita aquela Comissão, inclusive esquece da história dela, dizendo que agora tem um Presidente que fiscaliza. Ora, todos os presidentes desta Comissão fiscalizaram o Executivo! O Executivo esteve várias vezes aqui presente, a pedido dos presidentes desta Comissão. Os Vereadores que lá trabalham, trabalham de forma dura. Não, agora nenhum Vereador mais trabalha, Ver. Pedro Américo Leal. A Comissão de Orçamento e Finanças nunca existiu antes do Ver. Sebastião Melo! Mas o que é que ele faz? Ele fala da folha de pagamento da Prefeitura em 63%, mas esquece dos recursos do SUS. E a folha de pagamento e a Lei de Responsabilidade Fiscal nos coloca com 42% vírgula alguma coisa. Mas o Ver. Sebastião Melo fala em 63%, porque leva em consideração a Lei Orgânica, em que não está a verba do SUS. Ele sabe disso! Mas é mais uma denúncia vazia! Mais uma das tantas denúncias que nós fizemos questão de mostrar, já que o Ver. Sebastião Melo gosta tanto de relatório. Aqui tem uma ficha corrida de denúncia. (Exibe a ficha de denúncias.) Todos podem acompanhar. Para quem quiser, dá para fazer...

Tem a da Previdência, Ver. Juarez Pinheiro - eu me esqueci -, que tinha 50 pontos, mas não se sustenta em nenhum. E agora o Ver. Sebastião Melo vem aqui dizer que estamos criando cargos, mil e trezentos cargos. Ele não conta, Ver. Isaac Ainhorn - mais uma vez, como sempre, falta um dado na sua informação –, que nós extinguimos cargos também. E vou pegar um único exemplo, num único projeto que cria quinze e extingue dezesseis. No outro Projeto, que envolve a FASC, cria sessenta e extingue sessenta, é zero a zero, e em alguns, menos um. Mas isso não entra nos cálculos, o que vale aqui é a denúncia, botar a notícia no jornal. Já vai para o Requerimento, não suporta a crítica! Mas tudo bem, nós suportamos as críticas e o processo democrático. Nós vamos sempre discutir desta tribuna, de forma altiva, com conteúdo, com argumentos, e “denunciar” as denúncias que não têm sequer consistência para suportar uma avaliação do Judiciário, que não tem a disputa partidária que o Ver. Sebastião Melo tenta colocar sobre a Câmara. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, quero apenas informar ao Ver. Marcelo Danéris que tenho uma nota de expediente que acaba de chegar no meu gabinete, dizendo que o Juiz da 5.ª Vara da Fazenda Pública mandou que o Sr. Prefeito Tarso FH junte o resto dos documentos que ele sonegou do Fórum Social. Portanto, o Vereador não está falando a verdade.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Nesta Casa fizemos um acordo de que não nos dirigiríamos ao Presidente Fernando Henrique Cardoso como FHC. Gostaria também que o Ver. Sebastião Melo retirasse a forma como se referiu ao ex-Prefeito Tarso Genro, por favor.

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra, para uma Comunicação de Líder, pelo PDT.

 

(O Sr. Reginaldo Pujol assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Partido dos Trabalhadores não está acostumado a conviver, aqui nesta Casa, com a crítica.

 

(Agitação no Plenário.)

 

Sr. Presidente, solicito que interrompa o meu tempo, para que os Srs. Vereadores possam fazer a sessão de fotografia.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Ver. Isaac Ainhorn, zerei o tempo de V. Ex.ª, que tem restabelecido do zero o seu pronunciamento.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Quero agradecer a V. Ex.ª, ao Ver. Aldacir Oliboni, integrantes da Mesa Diretora. Faz parte do processo democrático o convívio com a crítica, e tem que se ter, é óbvio, a maturidade e a responsabilidade pela crítica. Não tenho procuração do nobre Ver. Sebastião Melo, mas quero dizer que reconheço no Ver. Sebastião Melo um combativo parlamentar que traz uma bagagem de experiência da sua vida de advogado, de militante na vida jurídica, e a experiência de um passado político. Então, veio para esta Casa com muita disposição, com muita garra, com muita vontade e tem-se destacado em trazer a esta tribuna assuntos de relevância. Justiça seja feita, pois muitas das denúncias que ele tem trazido aqui se transformaram em processos judiciais que estão tramitando. Agora mesmo nós temos aqui - e está parado na Comissão de Justiça, porque o PT está usando todos os expedientes regimentais possíveis para procrastinar o decreto legislativo de iniciativa do Ver. João Antonio Dib para sustar o aumento abusivo da água - o tarifaço da água. Fala-se muito em água aqui nesta Casa, Sr. Presidente, e em gasolina. Quando aumenta o preço da gasolina, os arautos da crítica nacional, os Vereadores federais têm o hábito de vir aqui criticar; agora, quando aumenta a tarifa da água e quando o Vereador pode, no exercício do seu mandato, ser um combativo defensor em relação aos aumentos da água acima da inflação – ah! - há um silêncio.

Agora está tramitando um Projeto de Decreto Legislativo para sustar... Não pudemos votar, Ver. Sebastião Melo, na última Sessão da Comissão de Constituição e Justiça, posto que houve pedido de vista ao Processo. É um expediente regimental, é um expediente normal, regimental, mas é óbvio que o PT vai procrastinar, vai usar de todos os expedientes para que esse Projeto não chegue ao Plenário. Mas com certeza há de chegar, e esta Casa, de forma soberana, vai-se manifestar.

Na última segunda-feira, nós tivemos um problema desagradável no Plenário desta Casa. Em primeiro lugar, eu não sou contra a cedência, ao contrário, eu acho que esta Casa é do povo é da cidadania, mas eu penso que devemos ter alguns cuidados na cedência dos espaços desta Casa. Por exemplo, nas segundas e quartas-feiras à tarde e sextas-feiras de manhã, Ver. Ervino Besson, quando se realiza sessões plenárias, algumas delas se arrastam até as 9, 10 horas da noite. Então, eu vou fazer um apelo ao Presidente desta Casa e à Mesa Diretora, Ver. Reginaldo Pujol, no sentido de que, às segundas e quartas-feiras à tarde e às sextas-feiras pela manhã, não haja cedência deste espaço. Criou-se um constrangimento, porque a Administração Municipal convidou representantes do Orçamento Participativo para uma reunião nesta Casa e a Bancada do PT quis atropelar o processo de votação, tentou retirar o quórum e não conseguiu. Fez negociação de tudo que é forma para que se antecipasse, ao máximo, os trabalhos da Sessão e votou, inclusive, contra a prorrogação, por mais duas horas, da Sessão plenária da última segunda-feira.

V. Ex.as conhecem a minha posição, eu acho que este ano é um ano propício para acabarmos com a manipulação, com o processo de controle estatal vergonhoso praticado pelas administrações do PT em relação ao Orçamento Participativo. Secretário do Governo Municipal, a estrutura toda de governo é usada num condicionamento e numa tutela. E vejam V. Ex.as como as coisas se colocam e se postam: o PT, que foi o maior crítico da chamada tutela do sindicalismo pelo Dr. Getúlio Vargas, adota, na organização comunitária, a mais terrível tutela praticada na cidade de Porto Alegre nesses últimos anos, é uma estrutura tão aparelhada que todos os Secretários Municipais comparecem para fazer aquele processo de controle, porque, quando vem uma crítica de uma ovelha desgarrada dentro da estrutura do Orçamento Participativo, imediatamente os CCs, os assessores de tudo que é ordem vão lá e tentam contornar aquela crítica, prometendo resolver aquela questão.

Por último, eles mandaram os invasores da área do Porto Seco requererem ao Orçamento Participativo o direito à habitação, por enquanto que for instrumento de manipulação, está na cara que é instrumento de manipulação eleitoral e político. No ano das eleições, eles mandam ir para o Orçamento Participativo para dizer que eles conseguiram as habitações, por meio de mecanismos espúrios de controle e de tutela política praticada pelo PT. É lamentável, é um autoritarismo cruel e terrível. Prossiga na sua luta, Ver. Sebastião Melo, de crítica, V. Ex.ª tem o respaldo dos Vereadores de oposição desta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu estava concedendo uma rápida entrevista à Rádio Bandeirantes, quando a Ver.ª Maristela Maffei fez um Requerimento neste microfone, e eu não ouvi bem o teor do Requerimento, por isso não posso responder. Eu sei que ela pediu para eu tirar uma expressão do meu discurso, mas eu confesso que nesse momento eu estava adentrando no Plenário. Eu queria saber se. Ex.ª pode me informar.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Vereador, eu não estava presidindo a Sessão naquele momento, por isso não tenho condições de informá-lo, mas pelo que eu observei foi relativamente à citação do Prefeito Tarso FH.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu também quero aqui apoiar o trabalho que faz o meu amigo Ver. Sebastião Melo, que tenta de todas as formas, com o conhecimento que ele tem e com a militância comunitária que ele tem, defender a comunidade naquilo que ele acredita que a comunidade esteja sendo prejudicada pela Administração Municipal. Aliás, esse é o dever de todos nós, Vereadores.

E o Ver. Sebastião Melo chamou a atenção para este problema do aumento da água. E quando V. Ex.ª chamou a atenção para este problema do aumento da água, feito por Decreto, me veio à mente aquele Projeto que eu coloquei para tramitar aqui na Casa, Ver. Sebastião Melo, que é o de transformar a tarifa para taxa, a fim de que nós pudéssemos, realmente, garantir que qualquer mexida pudesse ser feita através de leis. Mas V. Ex.ª bate num tema extremamente importante, que é o seguinte: muitos doutrinadores acreditam que, como já é da natureza do custo da água ser tributo, então, isso deveria ser naturalmente uma taxa, não precisaria nem estar escrito em algum lugar. Mas, como isso é o ponto de vista de apenas alguns tributaristas, acho que nós precisamos realmente fazer a modificação e colocarmos lá que é uma taxa, não é uma tarifa. Mas, assim mesmo, eu acho que V. Ex.ª, com aquele seu Projeto de Decreto Legislativo, que foi assinado também pelo Ver. João Antonio Dib e por outros Vereadores aqui nesta Casa, até eu mesmo cheguei a assinar, pelo menos, tenta fazer com que haja um reconhecimento de algo que deveria ser natural. E eu, até, por honestidade, reconheço que não é um problema só do Município de Porto Alegre; é um problema de vários Municípios, e até - por que não dizer - da maioria dos Municípios brasileiros. É um defeito o de se fazer o custo da água, o custo da luz, o custo do esgoto, tudo através de tarifas, porque podem ser mexidos, podem ser alterados de qualquer forma pelo administrador.

Mas o que está me preocupando agora, Ver. Sebastião Melo – e não é um problema de denuncismo –, é um problema real que vimos enfrentando há algum tempo na Administração, é o problema da terceirização dos serviços. Já acontece muito, por exemplo, na área do DMLU. Agora, o problema do DMAE. Nós temos um projeto que está tramitando aqui na Casa que acaba extinguindo cento e setenta cargos dentro do DMAE e cria vinte e três cargos de engenheiro. Sabe para que isso? Parece, olha só, quem olha, pensa assim: “Mas que Administração fabulosa, está extinguindo cargos para continuar fazendo o serviço!” Mas não é nada disso! Ele tem que chamar a atenção do seguinte: tudo isso é para que haja terceirização, para que se contratem empresas, para que as empresas privadas façam, cada vez mais, o serviço que antes era feito pelos servidores públicos. Antes estavam terceirizadas as ligações de água, agora, Ver. Sebastião Melo, eles querem fazer a terceirização dos cortes. Ora, isso parece uma brincadeira. E há muitas pessoas que apóiam essa terceirização. Só que acontece que encarece em demasia o serviço público. Antes o que era feito por determinado preço pelos servidores públicos, o que poderia inclusive ser revisto de forma mais fácil, porque era feito por servidores públicos; agora, de uns tempos para cá, começa a ser um serviço extremamente caro. Acontece que todas as empresas que entram no processo de licitação com o Município, com o Estado e com a União, acabam, na verdade, dando um preço lá em cima. Já é um costume. As empresas, muitas vezes, para participarem dessas licitações, formam uma espécie de cartéis, para manter um determinado preço, mas bem mais elevado do que aquele que deveria ser empregado para fazer aquele tipo de serviço.

Hoje o Município de Porto Alegre começa a pagar um preço exagerado pelos seus serviços públicos, e é por isso que falta dinheiro no Orçamento, e é por isso que sempre os administradores querem aumentar os tributos para ter mais arrecadação para fazer frente a essa má administração que nós temos aqui no Município de Porto Alegre nos últimos tempos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Não havendo quórum, estão encerrados os trabalhos.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h47min.)

 

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